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Diabetes amputa membros inferiores de 28 pessoas por dia no Brasil

13/11/2023

Pé diabético é problema grave, explica presidente da ABTPé; novembro tem data mundial que alerta para a doença

Úlceras nos pés e amputação de extremidades são as complicações mais temidas do diabetes, problema que atinge mais de 13 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes. Dados do Ministério da Saúde mostram que, de janeiro a agosto deste ano, o SUS (Sistema Único de Saúde) registrou 6.982 amputações de membros inferiores causadas por diabetes, o que equivale a 28 casos por dia. Ainda de acordo com a Pasta, em todo o ano de 2019 (pré-pandemia), foram contabilizados 8.600 registros, passando para 9.279, em 2020 (+ 7,8%). Em 2021, foram 9.781 amputações e, no ano passado, 10.168 (+ 3,9%).

Neste mês, a data de 14 de novembro é marcada como o Dia Mundial do Diabetes, criado em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) junto à Organização Mundial de Saúde (OMS) para conscientizar o mundo sobre o reflexo do diabetes na saúde e mortalidade da população. Projeções acerca da doença reforçam a necessidade dessa conscientização. O número de casos de diabetes praticamente dobrará em pouco menos de três décadas, segundo estimativas publicadas na revista científica “Lancet” no fim de junho. A publicação prevê que o mundo deverá ter 1,3 bilhão de pessoas com a doença em 2050. “As estatísticas e projeções acerca do diabetes são alarmantes e há um agravante: o número de diabéticos deve ser bem maior, já que por ser uma doença silenciosa, muita gente tem o problema e não sabe.

Estima-se que em cada cinco pacientes diabéticos, um não tem o diagnóstico e só descobre após uma complicação causada pela doença. Entre todas as suas complicações, o pé diabético é considerado um problema grave e com consequências, muitas vezes, devastadoras em razão das úlceras, que podem implicar em amputação de dedos, pés ou pernas”, ressalta o presidente da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), Dr. Luiz Carlos Ribeiro Lara. O especialista explica que uma das lesões que o diabetes causa é a neuropatia periférica, em que há perda da função dos nervos do pé, principalmente da sensibilidade dolorosa e tátil, que conferem proteção, dificultando a percepção do paciente em notar lesões ou feridas. “Sem a sensibilidade, as possíveis lesões podem evoluir rapidamente e formar bolhas e feridas abertas (úlceras), possibilitando assim a entrada de microorganismos e causar uma infecção no pé.

Em casos graves, é necessária a cirurgia para limpeza e desbridamento das lesões mais profundas ou até mesmo a amputação de dedos ou parte do pé para sanar a infecção”, fala. O cirurgião lembra que o paciente com diabetes também perde a sensibilidade para fraturas, deslocamentos ou microtraumas ocorridos nos ossos do pé e tornozelo, o que exige um tratamento diferenciado. Dependendo da gravidade, o tratamento pode ser imobilização por gesso, órtese ou até mesmo cirurgia reconstrutiva. Nas situações de infecção grave, a pessoa pode apresentar mal-estar geral, febre, mas, outras vezes, a infecção pode manifestar-se apenas com o aumento das taxas de açúcar no sangue “Normalmente, nota-se abcesso, secreção purulenta, mau cheiro, área inchada e avermelhada, às vezes com áreas de necrose de tecidos. Chegar a esse ponto é muito preocupante, pois pode ser necessária a amputação para resolução do problema”, salienta.

Recomendações:

O paciente com diabetes deve ater-se a alguns cuidados com os pés para evitar as complicações da doença. Uma delas é evitar andar descalço, especialmente fora de casa. “O uso de calçados especiais para diabéticos, fechados, sem costura interna, com a parte da frente larga e alta, e com palmilhas confortáveis, é recomendado sempre que possível”, destaca. O uso das meias também é importante e devem ser, de preferência, brancas, para facilitar a identificação mais rápida de algum machucado ou ferida no pé, e de algodão, que irritam menos a pele, com costura pouco volumosa e sem elástico, para não comprometer a circulação. O presidente da ABTPé lembra, ainda, que os pés devem ser examinados pelo menos uma vez ao dia, para a procura de calos e úlceras, além de verificar se há a presença de micoses e rachaduras. Mantê-los hidratados para evitar rachaduras cutâneas e infecções secundárias é outra ação. “Nunca tente retirar calos, limpar úlceras ou cortar as unhas sozinho. Identificando algo fora do normal, um especialista deve ser consultado”, conclui.

 

Sobre a ABTPé A Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé): foi fundada em 1975 com a missão de unir a classe médica na especialidade, além de estimular o intercâmbio de informações científicas, fomentando a educação continuada entre os especialistas de pé e tornozelo no Brasil. Também tem a responsabilidade de esclarecer a população sobre os temas relacionados à especialidade. A ABTPé está à disposição para informações e entrevistas sobre a saúde e cuidados com os tornozelos e pés, trazendo esclarecimentos sobre diversos temas, como acidentes nos esportes com lesões, acidentes domésticos com lesões, deformidades, pé diabético, cuidados com o uso de saltos altos, joanetes, fascite plantar, esporão do calcâneo, calos e calosidades, metatarsalgia, neuroma de Morton, gota, artrite, entorse, fraturas, entre outros.

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