Imprensa ABTPé

Acidentes em escada rolante podem ser evitados com medidas simples

19/09/2019

Por serem equipamentos populares e cômodos para locomoção, as escadas rolantes são presenças garantidas em shoppings, estações de trem e metrô, hotéis e aeroportos. Porém, elas não são tão inofensivas quanto parecem e podem ser responsáveis por graves lesões.

Caso recente ocorreu no mês passado, com a cantora Alcione, 71 anos. Ela acabou caindo na escada rolante do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, quando parte da roupa longa que vestia prendeu em um dos degraus.

Embora não existam estatísticas oficiais sobre acidentes em escadas rolantes, não é raro o registro desse tipo de ocorrência, causada pelas mais variadas situações.  Nos Estados Unidos, por exemplo, alguns especialistas estimam, com base em estudos, que haja de 12.000 a 15.000 acidentes com escadas rolantes anualmente no país. De acordo com um relatório da Safety Research Strategies, Inc., embora existam substancialmente menos escadas rolantes do que elevadores, os ferimentos no primeiro equipamento ocorrem 15 vezes mais frequentemente do que no segundo.

Calçado inadequado é uma das causas de acidentes em escada rolante. “Um chinelo, por exemplo, pode causar um acidente em uma escada rolante. Por causa da alta aderência e flexibilidade da borracha, calçados desse material não são recomendados. Cadarços desamarrados também são perigosos, pois podem prender na engrenagem”, explica o presidente da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé), Marco Tulio Costa. Em 2017, no Piauí, um garoto de cinco anos teve o dedo mindinho amputado, após seu sapato prender na escada rolante. O calçado possuía pequenas reentrâncias no solado, que facilitaram o acidente.

Crianças, idosos e pessoas com pouca mobilidade são as principais vítimas. “A maioria dos acidentes são causados pelas falhas de uso, então, a conscientização é extremamente necessária”, fala o especialista.

 

De olho nas crianças

No caso do público infantil, o cuidado precisa ser redobrado. Para as crianças, o sobe e desce das escadas rolantes se assemelha à brinquedo e, ao menor descuido dos pais ou responsáveis, um ato dos pequenos pode colocá-los em risco. Brincadeiras durante o percurso não devem ser feitas. “Subir ou descer no sentido contrário ao fluxo da escada rolante é uma brincadeira que as crianças adoram, mas é muito perigosa. Elas também nunca devem se sentar nos degraus. Os pais devem segurar as crianças pelas mãos, para evitar que elas se debrucem no corrimão, e supervisioná-las durante todo o percurso”, ressalta o Dr. Marco Tulio.

O especialista lembra ainda que carrinhos de bebê, cadeiras de rodas ou similares não devem ser transportados em escadas rolantes. Nesses casos, a pessoa deve utilizar o elevador.

Outras dicas importantes são:

- Ficar ao centro do degrau com os pés afastados dos lados, principalmente se estiver usando sandálias ou calçado tipo Crocs;

- Segurar firme o corrimão e sempre olhar para frente, para não se distrair.

“90% dos casos de acidentes podem ser evitados com medidas simples. Como todo meio de locomoção, a escada rolante exige alguns cuidados durante a sua utilização e a falta de observação é o responsável pelos acidentes na imensa maioria das vezes. Utilizando a escada rolante com cautela e atenção, o equipamento cumprirá, integralmente, o seu papel de facilitar a locomoção e o dia a dia”, conclui.

 

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