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Mais comum entre homens, lesão no tendão de Aquiles é sério problema para atletas

19/06/2019

Mais espesso e forte tendão de todo o corpo, o tendão de Aquiles conecta os músculos da panturrilha ao osso do calcanhar e, especialmente para os atletas, é essencial para a produtividade, já que é projetado para alongar e absorver a força quando aterrissam de um salto, fornecendo energia para o impulso ao dar um passo. Porém, quando uma ruptura no tendão de Aquiles acontece, as consequências não são nada simples. 

No dia 10 de junho, um dos melhores jogadores de basquete da NBA, Kevin Durant, 30 anos, voltava a disputar uma partida, após se recuperar de uma lesão na panturrilha, mas ao aterrissar de mau de jeito, rompeu o tendão de Aquiles e precisou passar por cirurgia.  Mesmo com o procedimento cirúrgico, há a preocupação sobre a possibilidade de volta do astro, diante da complexidade desse tipo de lesão, como apontou um estudo médico de 2013. A pesquisa identificou 18 jogadores de basquete que sofreram lesões de Aquiles em um período de 23 anos (1988-2011). Destes, sete nunca retornaram ao campeonato e, aqueles que voltaram, perderam uma média de 56 jogos e viram uma queda de performance em sua primeira e segunda temporadas após o retorno.

 

Causas

O vice-presidente da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia de Tornozelo e Pé), Dr. José Antônio Veiga Sanhudo, explica que a probabilidade de homens sofrerem com essa lesão é cinco vezes maior do que acontecer em mulheres e, geralmente, ocorre na faixa dos 30 a 40 anos.

De acordo com o médico, o problema acomete a região do tendão que é menos vascularizada, localizada a 4 ou 5 centímetros do ponto em que se liga ao osso do calcanhar. Este local, além de estar predisposto à ruptura, já que fica com menor fluxo de sangue, tem a capacidade de cicatrização diminuída. “Muitas vezes, as lesões são causadas por aumento da intensidade no esporte, ao pisar em um buraco, ou torção com ou sem contato físico, podendo ser causado ainda por fraqueza muscular ou degeneração tendinosa”, fala.

O relato mais frequente é da sensação de ter levado uma pedrada no calcanhar.  Sintomas prévios de dor e inchaço perto no tendão nem sempre são relatados. Ou seja, muitos pacientes eram absolutamente assintomáticos antes da lesão, que é bastante incapacitante: “A pessoa não consegue dobrar o pé para baixo, empurrar a perna no impulso da marcha, ou ficar na ponta dos pés”, diz o médico.

 

Tratamento

Segundo o Dr. Sanhudo, o tempo de recuperação de ruptura no tendão de Aquiles varia de seis meses a um ano e, na maioria das vezes, é necessária a reconstrução cirúrgica. “Após o tratamento, se cirúrgico ou não, será preciso passar por um programa de reabilitação, com exercícios de fisioterapia”, pontua o especialista. Entre as vantagens da cirurgia, estão a recuperação mais rápida e a menor chance de reincidência da lesão.

 

Como prevenir

Algumas ações são valiosas para minimizar a possibilidade de ruptura do tendão de Aquiles:

 - Alongue e fortaleça os músculos da panturrilha.

- Não salte durante uma corrida sem estar devidamente aquecido

- Varie os exercícios, alternando esportes de alto impacto, como a corrida, com esportes de baixo impacto, como caminhada.

- Ao praticar atividades em tempo frio, vista-se adequadamente e use tênis com boa absorção de impacto

- Aumente aos poucos a intensidade do treino. Na maior parte das vezes, lesões do tendão de Aquiles ocorrem depois que uma pessoa aumenta subitamente os treinos ou ao voltar ao esporte depois de um período de afastamento.  

 

Sobre a ABTPé:

A Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé) foi fundada em 1975 com a missão de unir a classe médica na especialidade, além de estimular o intercâmbio de informações científicas, fomentando a educação continuada entre os especialistas de pé e tornozelo no Brasil. Também tem a responsabilidade de esclarecer a população sobre os temas relacionados à especialidade.

A ABTPé está à disposição para informações e entrevistas sobre a saúde e cuidados com os tornozelos e pés, trazendo esclarecimentos sobre diversos temas, como acidentes nos esportes com lesões, acidentes domésticos com lesões, deformidades, pé diabético, cuidados com o uso de saltos altos, joanetes, fascite plantar, cirurgia plástica nos pés, esporão do calcâneo, calos e calosidades, metatarsalgia, neuroma de Morton, gota, artrite, entorse, fraturas, entre outros.

 

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