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Dicas de Leitura |
Dr. Daniel Baumfeld Open and arthroscopic lateral ligament repair for treatment of chronic ankle instability: A systematic review. Guelfi, M; Zamperetti, M; Pantalone, A; Usuelli, FG; Salini, V; Oliva, XM. Foot Ankle Surg. 2018 Feb;24(1):11-18. doi: 10.1016/j.fas.2016.05.315. Epub 2016 May 12 O reparo artroscópico das lesões ligamentares laterais do tornozelo é considerado “hot topic" na literatura da última década. Alguns autores acreditam que este caminho é semelhante àquele vivido pelos especialistas de joelho no que diz respeito à reconstrução do LCA. Nesta revisão sistemática, encontramos evidências que suportam a utilização desta técnica, temos resultados clínicos favoráveis, mas ainda com um curto prazo de seguimento. As taxas de complicações podem chegar a 11,5%, mas os autores demonstraram as taxas mais altas nos primeiros procedimentos, e as complicações foram diminuindo à medida que a experiência do cirurgião melhorou. O artigo também relata diversas vantagens em potencial para a realização do procedimento artroscópico, como menor tempo de internação, menor dor pós-operatória, recuperação pós-operatória mais rápida e menor taxa de complicações de pele. Os resultados em relação à estabilidade são os mesmos. As desvantagens estão relacionadas ao desenvolvimento tecnológico e aprendizado do cirurgião, as complicações são as mesmas de qualquer procedimento artroscópico. Os autores da revisão sistemática terminam sugerindo que em um futuro próximo esta opção técnica será a modernidade, o futuro e a rotina dos cirurgiões de pé e tornozelo. Prevalence of Vitamin D Deficiency in Patients With Talar Osteochondral Lesions. Telleria, JJM; Ready, LV; Bluman, EM; Chiodo, CP; Smith, JT. Foot Ankle Int. 2018 Apr;39(4):471-478. doi: 10.1177/1071100717745501. Epub 2018 Jan 23. Este artigo vai ao encontro de um tema muito atual, que foi extensamente discutido no último Congresso da AOFAS. Vimos recentemente algumas reportagens na revista TIMES sobre os ganhos milionários de médicos e empresas em relação à hipovitaminose D e sua real necessidade de reposição e tratamento. Este artigo relaciona fortemente a presença de deficiências de vitamina D com lesão condral do tálus, em um estudo nível III. Hipovitaminose D foi encontrada em 54% dos pacientes com lesão condral do tálus e em 37% dos pacientes sem lesão, com significância estatística. Sabemos também que a deficiência de vitamina D também pode estar relacionada a alterações na densidade óssea do osso subcondral, o que pode alterar de forma concisa o tratamento das lesões condrais. Se o osso subcondral tiver um baixo potencial regenerativo, o tecido de cobertura condral não encontrará um leito apropriado e os índices de falhas podem aumentar. Os autores do trabalho sugerem que avaliemos os pacientes com lesão condral no que diz respeito à dosagem de vitamina D. Eles ainda sugerem que os pacientes devam ser devidamente tratados para diminuir os riscos de falha do tratamento. Como não foi realizada avaliação comparativa entre os pacientes com lesão condral que receberam ou não tratamento, não conseguimos definir a eficiência e a real necessidade da pesquisa e tratamento da hipovitaminose. Tibial pilon fractures treated with hybrid external fixator: analysis of 75 cases. Scaglione, M; Celli, F; Casella, F; Fabbri, L. Musculoskelet Surg. 2018 Jul 5. DOI: 10.1007/s12306-018-0550-z. [Epub ahead of print] O tratamento das fraturas do pilão tibial é um desafio cirúrgico devido às características anatômicas e vasculares específicas dessa área e à gravidade da lesão que pode comprometer os tecidos moles. Atualmente, não há tratamento padrão-ouro para estas fraturas e sabemos o quanto elas podem evoluir insatisfatoriamente. Este artigo aborda uma opção real: O que se prefere quando tratamos uma fratura com grave lesão de partes moles ou quando o paciente é complicado e pouco cooperativo, uma pele boa com redução parcial ou uma pele ruim com uma osteossíntese perfeita? As abordagens em segundo tempo com osteotomias corretivas ou artrodese têm demonstrado melhores escores de qualidade de vida do que aqueles pacientes que permanecem tempos intermináveis para melhora das partes moles pós-osteossíntese. Estes pacientes normalmente precisam de abordagens pela cirurgia plástica, múltiplos procedimentos cirúrgicos e longos tempos de antibioticoterapia. A utilização do fixador hibrido como tratamento inicial e definitivo pode ser uma boa opção para estes pacientes, onde podemos diminuir o número de complicações na fase aguda e permitir um tratamento crônico mais eficiente e com menores taxas de insucesso. Triplane Hallux Abducto Valgus Classification. Hatch, DJ; Santrock, R D; Smith, B; Dayton, P; Weil, L. J Foot Ankle Surg. 2018 Sep-Oct;57(5):972-981. doi: 10.1053/j.jfas.2018.02.008. Epub 2018 May 18 Talvez este seja o tema mais discutido sobre a abordagem atual para o tratamento do hálux valgo. Embora muitos dos nossos pacientes submetidos à cirurgia de joanete evoluam bem e apresentem um resultado relativamente satisfatório, a análise crítica destes resultados na literatura demonstra que eles poderiam ser aprimorados. Os parâmetros de avaliação devem incluir, não apenas a satisfação do paciente e outras medidas de resultados relatadas pelo paciente, mas também o realinhamento anatômico e recorrência da deformidade, em particular, porque os pacientes estão vivendo mais e tendo uma vida mais produtiva. Não é incomum considerarmos um bom resultado quando obtemos uma correção clinica e radiográfica parcial e o paciente esta sem dor! Mas quanto tempo isso vai durar? Os parâmetros que utilizamos hoje como forma de avaliação dos nossos pacientes podem estar ultrapassados e até mesmo insuficientes. Alguns estudos já demonstraram que os ângulos medidos de forma uniplanar não conseguem definir com precisão uma deformidade multiplanar. Este artigo aborda um novo conceito e introduz uma nova visão para o entendimento do hálux valgo, definindo parâmetros multiplanares de análise que podem ser mais preditivos na avaliação inicial e na definição da melhor escolha técnica para o tratamento.
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