CONGRESSOS E EVENTOS

 

Highlights do Congresso AOFAS 2018 – Boston - July 11-14

Dr. Luiz Eduardo Amorim
luizeanarj@uol.com.br

Entre os dias 11 e 14 de julho deste ano ocorreu o AOFAS ANNUAL MEETING 2018 na cidade de Boston.

Sob o comando do Drs. Thomas H. Lee e Sheldon S. Lin o programa de aulas e cursos transcorreu sem intercorrências.

Tivemos uma presença maciça de colegas brasileiros com destaque para o Dr. Caio Nery (palestrante), a Dra. Kelly Stéfani e o Dr. Daniel Sadigursky (moderadores) e os Drs. Cesar Netto e Guilherme Saito (temas livres).

Aliás, é importante destacar o prêmio 2018 IFFAS AWARD ganho pelo trabalho “Influence of tibial component position on altered kinematics following total ankle arthoplasty during simulated gait” apresentado pelo Dr. Guilherme Honda Saito.

Durante o evento todos os temas relacionados à medicina e cirurgia do tornozelo e pé foram apresentados e bem discutidos.

O primeiro dia foi dividido em 5 simpósios onde se discutiu lesões esportivas abordadas por artroscopia (OCD, instabilidade por lesão do ligamento deltoide, impacto posterior), a prática esportiva após alguns procedimentos cirúrgicos (artrodese da primeira articulação metatarsofalangeana, Lapidus, artrodese do tornozelo e prótese do tornozelo), estruturas que podem ser tratadas por artroscopia (tendões fibulares, tendão calcâneo, articulação subtalar e articulações metatarsofalangeanas), lesões que também podemos abordar por artroscopia (fraturas do tornozelo, lesões da sindesmose, fraturas do pilão tibial e fraturas do calcâneo) e finalmente lesões que deixam dúvidas se devem ser operadas (fratura de Jones sem desvio, lesão ligamentar pura da articulação de Lisfranc e fraturas do calcâneo).

O segundo dia iniciou-se com um simpósio sobre formas de preservar a articulação do tornozelo, onde se discutiu a reconstrução ligamentar lateral do tornozelo pela técnica percutânea, como tratar lesões da cartilagem articular, o que acontece com as estruturas articulares do tornozelo pósfratura e a lesão do ligamento mola em atletas. Também participamos de uma sessão exclusiva sobre lesões osteocondrais que iniciou com uma revisão dos últimos 10 anos desse tema e com discussões de técnicas atuais para o tratamento desta patologia.

No terceiro dia a sessão “Problemas difíceis necessitam de soluções difíceis” prendeu a atenção de todos com aulas sobre insuficiência do deltoide relacionada a um tornozelo artrósico em valgo, lesões crônicas do tendão calcâneo, cirurgias de salvamento pós falhas cirúrgicas no retropé e por fim uma aula sobre a realização de prótese de tornozelo em pacientes com deformidades graves.

Também neste dia tivemos sessões sobre novas modalidades de imagem para o tornozelo e pé com destaque para as tenoscopias diagnósticas e as tomografias computadorizadas com carga, e outra sessão sobre problemas no antepé (hálux valgo, hálux rígido, lesão da placa plantar dos dedos menores e do hálux).

O último dia do evento foi reservado para apresentação de sessões sobre problemas do mediopé, artrose do tornozelo, deformidades do retropé e fraturas do tornozelo em pacientes com condições clinicas especiais.

Além do trabalho apresentado pelo Dr. Guilherme Saito destaco os trabalhos “Five-year outcomes of a synthetic cartilage implant for the first metatarsophalangeal joint in advanced hallux rigidus” e “Instability of the first ray and hallux valgus in patients with adult flatfoot deformity (AAFD): a weight-bearing study”.

Devo destacar os prêmios “Pillars of the AOFAS” concedidos aos Drs. John S. Gould e William G. Hamilton e o prêmio de “Liderança feminina na área do pé e tornozelo” conferido as Dras. Su-Young Bae (sul coreana) e Ruth L. Thomas (americana).

Por fim, não poderia deixar de mencionar a fantástica palestra sobre a evolução antropológica do pé ministrada pelo Prof. Jeremy DeSilva, antropologista do Dartmouth College.