ENTREVISTA

 

Engajamento político faz parte
da missão do médico

 
     
 

por Comunicação ABTPé

O funcionamento do sistema político democrático no Brasil contemporâneo tem, cada vez mais, mostrado a importância de as entidades associativas de classes estarem presentes no Congresso Nacional, pois, na maioria das vezes, os profissionais não são de fato representados e seus interesses não são considerados em decisões importantes.

Nessa mesma situação encontra-se a classe médica, que não tem representantes nas três esferas de poder do País com conhecimento profundo da medicina, das condições de trabalho e do valor de cada serviço. Como consequência, não há legislação que valorize os profissionais do setor, nem investimentos reais para hospitais, laboratórios e serviços médicos, o que torna o trabalho de cada profissional um verdadeiro desafio diário.

Para Dr. Carlos Alfredo Jasmin, membro titular da ABTPé – Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, o cenário de dificuldades poderia ser transposto se houvesse mais participação dos colegas na política. “Esta participação começa com a associação às instituições médicas para o fortalecimento destas entidades, que defendem o nosso setor e têm representatividade governamental”, afirma.

Existem diversas instituições médicas, sendo as mais antigas o CFM - Conselho Federal de Medicina e a AMB - Associação Médica Brasileira, fundadas em 1951. “A cada um foi destinada uma função básica.

Ao CFM, que é uma autarquia, foi destinada a legalização e o controle da prática médica no País, desde a criação do Código de Ética e fiscalização da prática médica, individualmente, bem como das empresas que prestam serviços médicos. À AMB designou-se defender a categoria médica no terreno científico, ético, social, econômico e cultural”, explica Dr. Carlos Alfredo Jasmin.

As Sociedades de Especialidades, como a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT e a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão – SBCM, são extensões da AMB, que agrupam os seus pares em núcleos afins e defendem os seus interesses, pois conhecem os detalhes de suas áreas. São responsáveis também pelos processos de formação e seleção de seus membros. As diferentes áreas de atuação destas Sociedades são consideradas áreas de habilitação, pelo CFM, dentro de cada especialidade.

Os sindicatos médicos são as entidades, como em todas as profissões, responsáveis pela defesa dos interesses econômicos da classe. “Os jovens médicos e os profissionais mais experientes devem ter a consciência da importância de fazer parte destas instituições e não apenas de uma ou outra, mas de todas! O engajamento político em busca de representação efetiva dentro do Congresso Nacional, também é nossa obrigação e quanto mais fortes estiverem estas entidades e mais numerosa for a representação política, maior será a perspectiva de melhora da área da saúde”, conclui Dr. Carlos Alfredo Jasmin.