DEFESA PROFISSIONAL

Defesa profissional ABTPé

Igor Marijuschkin

Diretor da comissão de Ética e Defesa Profissional ABTPé

O rapaz morava no interior de São Paulo, era o orgulho da família, passou em medicina na Universidade pública. Fez residência de Ortopedia e aos poucos caiu nas graças do chefe. Este o levava para operar nos melhores Hospitais do Brasil, ensinou a codificar as cirurgias e fazer o prontuário incluindo todos os passos que foram realmente realizados, para ser remunerado adequadamente. Ele dizia: aprende menino, a cirurgia de hálux valgo mudou muito desde que criaram a primeira tabela de honorários e você deve incluir todos os procedimentos que realiza, um a um, o que significa uns seis códigos e corresponde a um valor muito mais justo, em torno de R$ 3 mil de auxílio.

Ao terminar o ensino médico voltou para sua cidade de origem, entrou na Cooperativa local já que quase todas as pessoas da cidade tinham este convênio, só achou estranho ter que pagar mais de R$100 mil, mas enfim não tinha outro jeito. Fez sua primeira cirurgia de hálux valgo e colocou os códigos que estava acostumado, o auditor cortou quase todos eles, o chamou de desonesto e pagou R$875 pelo procedimento. Os outros colegas da cidade disseram que lá era assim mesmo, ou ele se adaptava ou caia fora.

Moral da história: para as operadoras de saúde existe um valor de mercado que é diferente em cada canto do país, pouco importando a tabela CBHPM. O objetivo é pagar o menor valor possível naquela região. Portanto vale a primeira regra: União. Se todos os colegas não aceitarem aquele valor, eles terão que pagar mais.